domingo, 6 de janeiro de 2008

"Prolixa"


Alguém me escreveu ontem um email com um desafio.


"Porque não escreves? Sempre achei que o devias fazer, compõe textos para falares ao mundo."

Sempre acreditei que esta mesma pessoa tinha a ideia de que eu escrevia mal, não sabia colocar vírgulas, dava erros ... parece que estava enganada, mais uma vez aliás! Talvez o esteja em relação a mim mesma, mas deixa-me dizer-te, desde já, que não acredito consegui-lo.


Três aspectos me intimidam, o meu raciocínio em turbilhão que não consigo domesticar, o baixo fluxo terminológico e ... a preguiça.


Tão aflita tenho estado desde ontem só por pensar em me sentar em frente ao teclado e começar a digitar. Ou, e mais uma confissão, que preguiça em fazer o cérebro funcionar com coerência! É tão mais engraçado permitir que ele voe sem sentido!


No Verão do ano passado, comprei um caderno para tomar notas, mas a primeira folha continua lá, imaculadamente branca. Cada vez que olho para ele, sinto remorsos, mas é mais fácil ler o que os outros escrevem, tem mais qualidade, são mundos já construídos, onde posso esconder-me.


Não sei, será que ontem me lançaram um desafio que me vai atormentar nos próximos dias, meses ou mesmo anos? Irá o caderninho continuar em branco? Não consigo decidir-me.


Continuo a achar que o melhor adjectivo para me descrever é "prolixa", como me chamou a professora que mais me marcou até hoje, por casualidade da disciplina de Português, e aqui presto a minha homenagem a alguém que me ensinou a respeitar a Língua Portuguesa, a querida professora Lúcia Revez, que tanto amor pela nossa língua tinha.


A ver vamos.

1 comentário:

Anónimo disse...

Parece-me - e talvez consigas concordar - que já escreveste a resposta às tuas dúvidas, a começar pela tua incredulidade em fazê-lo. "É tão mais engraçado permitir que ele voe sem sentido"...então, deixa que a tua mão descreva os voos sem sentido do teu cérebro. É, sem dúvida, tão agradável.